Fresco e róseo, o sol ergue-se nas alturas,
No remoto azul o mar corre pelos seus canais,
O vento levanta-se sobre o peito do mar, soprando em direcção à terra,
O grande vento do Oeste ou do Sudoeste,
Flutuando agilmente com a espuma das águas, branca como o leite.
Mas eu não sou o mar nem o sol vermelho,
Não sou o vento que ri como as raparigas,
Nem o vento imenso que fortalece, nem o vento que açoita,
Nem o espírito que martiriza o seu próprio corpo até ao terror e à morte,
Sou aquele que, invisível, vem cantar, cantar e cantar,
Que fala e fala nos regatos e esvoaça sobre a terra,
Sou aquele que os pássaros conhecem de manhã e de tarde nos bosques,
E conhecem as praias, a areia, as ondas sibilantes, a insígnia e a bandeira,
Que lá no alto ondulam e ondulam.
Walt Whitman
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