Ontem vi Control, filme realizado por Anton Corbijn em 2007, sobre a curta vida do enigmático vocalista dos Joy Division, Ian Curtis (1956-1980). De facto, Anton Corbijn é o realizador certo para este filme, pois fotografou a banda para o jornal NME e realizou o vídeoclip para a canção "Atmosphere". Aliás, mudou-se da Holanda para Inglaterra para estar perto do movimento pós-punk e em particular dos Joy Division. Daí, a escolha por filmar a preto e branco.
O filme relata todos os acontecimentos que levariam Ian Curtis a cometer suicidio: o casamento precoce, a rotina da vida em Macclesfield, a epilepsia, o adultério. Tudo isto envolveu Ian Curtis em culpa, medo, ódio por si mesmo. O filme mostra-nos ainda os primeiros concertos dos Joy Division, bem como o momento em que a banda assinou contrato com a editora Factory e o local onde foi filmado o vídeo para Love Will Tear Us Apart.
Neste curto espaço de tempo, os Joy Division inventaram o pós-punk (som tribal e áspero, mas ao mesmo tempo claustrofobico, cinemático e perigosamente calmo) e gravaram os seus únicos discos de originais: Unknown Pleasures em 1979 e Closer em 1980. As letras escritas por Ian Curtis estabeleceram novos padrões em termos de fatalismo, depressão, paranoia e crueza sentimental. O momento mais simbólico do filme acaba por ser quando Annik, a amante belga de Ian Curtis, lhe diz: «Oh Ian, és tão depressivo».
Assim, não foi surpreendente quando na manhã de 18 de Maio de 1980, Ian Curtis cometeu suicídio aos 23 anos de idade, depois de ver o filme Stroszek realizado por Werner Herzog e ter ouvido o disco The Idiot de Iggy Pop. A partir deste momento, estava traçado o culto à volta do imaginário Joy Division, que provocou o nascimento de dezenas de bandas influenciadas pela voz de Ian Curtis.
Como Ian Curtis escreveu: "This is the way, step inside".
Gostei muito do filme. É impressionante a parecença física de Sam Riley com Ian Curtis, uma personagem sem dúvida fascinante.
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